domingo, 6 de julho de 2014

Bolsa Família: Pontos Positivos

      Como prometido na postagem anterior, no post de hoje serão abordados os pontos positivos do Programa Bolsa Família. Esses benefícios são proporcionados, principalmente, pelas exigências de concessão de bolsas do Bolsa Família. O Programa trouxe impactos positivos nas mais diversas áreas, como na economia, na educação e na saúde das famílias participantes.

         Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome evidencia que a desnutrição crônica caiu 51,4% entre as crianças beneficiárias do Programa Bolsa Família, em cinco anos. De acordo com o estudo, em 2008, 17,5% das crianças entre zero e cinco anos analisadas apresentavam desnutrição crônica. Após quatro anos sob os cuidados dos profissionais do Sistema Único de Saúde, o índice desse mesmo grupo de crianças caiu para 8,5%. 
       A desnutrição infantil, porém, continua a ser um dos problemas mais importantes de saúde pública no mundo atual, por conta de sua magnitude e de suas consequências terríveis para o crescimento, desenvolvimento e sobrevivência das crianças, tendo relação com cerca de 50% das mortes infantis do mundo. Sobre isso, pode-se afirmar que a desnutrição é um problema latente no Brasil, que atinge, principalmente, a população menor de cinco anos, que sofre, por exemplo, com a ausência de proteínas; isso gerará uma condição conhecida como Kwashiokor.
     No Kwashiorkor, embora a ingestão calórica possa ser adequada, observa-se deficiência dietética de proteína.Anemia está presente na maioria dos casos de Kwashiorkor. E, em parte, devido à deficiência protéica para síntese de eritrócitos, deficiência de ferro e de ácido fólico, parasitoses intestinais e infecções freqüentes. Hipoalbuminemia e redução das proteínas séricas totais, que nem sempre guardam relação com a intensidade do edema, são observadas em praticamente todos os pacientes. A criança desnutrida pode ainda apresentar o marasmo, carências de vitaminas (como a vitamina A e a vitamina B1) e outras enfermidades.

       Além de reduzir a desnutrição, o Bolsa Família traz impactos positivos na educação das famílias beneficiadas, pois só são capacitadas para receber o benefício as famílias cujos filhos estejam devidamente matriculados na escola. Assim, o Programa serve como uma forma de incentivo à educação. Os pais colocam os filhos na escola, mesmo que simplesmente por medo de perder o benefício.
        O Bolsa Família traz, ainda, benefícios para a economia do País. As pessoas que recebem o bolsa família têm, proporcionalmente, um aumento em seu poder de compra; Como a maioria destas pessoas vivem em lugares muito pobres, geralmente fazem compras em pequenas vendas locais. Assim, a “vendinha” da esquina, ao ganhar novos consumidores e ter um aumento substancial do consumo, pode prosperar. Se cresce, não apenas pode vir a gerar empregos, mas também movimenta a economia local: o dono da vendinha e seus funcionários também vão comprar em outras lojas. Em outras palavras, trata-se do surgimento de novos mercados produtores e consumidores, possibilitando, inclusive, a indução de emprego e melhoria das condições de vida em outras regiões. Além do efeito óbvio que isso tem para o aumento da qualidade de vida local, a maior parte dessas operações comerciais geram impostos para o governo e, embora seja difícil precisar o valor que “volta” para o governo de cada Real gasto com o Bolsa Família, o certo é que uma parte volta. Como são mercados novos, isso significa que o imposto que volta tem o efeito de diminuir o custo do programa, o que para o governo – e para o povo que tanto reclama de financiá-lo – é ótimo.


Fontes:
http://mariafro.com/2010/09/29/o-melhor-texto-sobre-o-bolsa-familia-que-ja-li/
http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_bfa.php
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142013000200006&lang=pt]http://www.onu.org.br/estudo-avalia-impacto-do-programa-bolsa-familia-na-reducao-da-mortalidade-infantil/
 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232007000600017&lang=pt

8 comentários:

  1. Além dessas vantagens citadas, outras possíveis vantagens tem entrado em evidencia: tem tramitado um projeto que altera o bolsa família em alguns aspectos, visando incentivar algumas coisas que deixaram a desejar até o momento. O "novo" bolsa família, se aprovado pela câmara, deverá incentivar bastante a formalização, estendendo o benefício para até seis meses no caso de o beneficiário aumentar sua renda. Além disso, prevê também que, membros da família maiores de 18 anos devem participar de curso profissionalizante para ser efetivado o benefício.

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  2. Com essa postagem, fica claro que o Programa Bolsa Família não é essa "fábrica de desocupados" que tantas pessoas pensam. É um programa que, além de incentivar a economia, sobretudo local, a permanência de crianças na escola, permite às famílias mais pobres uma forma de prosperarem, uma vez que o desenvolvimento acontece em várias vertentes. Econômico porque eleva-se o poder de compra daqueles que antes estavam abaixo da linha de pobreza, permitindo-se que assim as famílias possam adquirir alimentos de melhor valor nutricional e "escapar" da fome e da desnutrição. Isso tem um enfoque bioquímico, pois com uma alimentação adequada e uma assimilação de nutrientes dentro dos padrões, os processos metabólicos no corpo funcionam adequadamente, e os índices de doenças relacionadas a esses processos diminui.

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  3. Importante pensarmos não só nos benefícios do programa, mas também quais as características dele que permitem esse sucesso. O valor da bolsa, por exemplo, tem um efeito auto-regulador interessante, que dispensa controle ativo. É o efeito de ser uma bolsa de um valor alto o suficiente para permitir que as famílias saiam da miséria absoluta, mas baixo o suficiente para que, assim que a situação melhora, seja para a pessoa ou para a comunidade em que ela vive, a bolsa se torna desprezível. É a partir desse e de vários outros mecanismos intrínsecos do Bolsa Família que as mais diversas melhorias, como por exemplo a diminuição dos casos de Kwashiorkor, estabilizando os processos metabólicos dessas crianças antes miseráveis, são alcançadas.

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  4. O dinheiro seria retornado ao governo por meio de impostos mesmo que fosse gasto pdoe classes mais altas, então o argumento de que o programa não é tão caro nao é muito válido, eu acredito. No entanto , a maior movimentação do dinheiro em classes de menos abastadas gera uma disdistribuiçao de renda muito menos concentrada e muito mais igualitária. O bolsa família age,portanto, como um fator de diminuição de desigualdades sociais. Isso,na minha concepção melhora diversos aspectos relacionados a segurança e educação da população em geral.

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  5. O PBF é apenas o começo da implantação de um sistema de bem-estar social no Brasil. Agora que esse passo foi dado, o governo deve dar continuidade a esse processo. Mas, ao que me parece, os próximos passos podem causar conflitos de interesses e, por isso, ocorrerão muito lentamente. Os efeitos do PBF na saúde das famílias mais pobres destaca o sucesso desse programa, que recebeu muitos elogios internacionais.

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  6. Inclusive, Gabriel, o Brasil sempre é convidado por organismos internacionais para dar orientações para outros países sobre os bem sucedidos programas sociais. O problema, como você falou, é que o PBF é alvo de politicagem, infelizmente.
    É importante citarmos que um dos critérios do PBF é a manutenção do cartão de vacinação da criança em dia, fazendo com que as mães sejam "obrigadas" a vacinarem seus filhos dentro das exigências do Programa Nacional de Imunizações (PNI), atuando assim na melhoria da saúde pública no país.

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  7. De fato, o PBF trouxe grandes benefícios às famílias brasileiras, entretanto é discutível a ideia de que as mães são ''obrigadas'' a colocar o filho na escola e vaciná-los para ganhar o benefício, uma vez que educação e saúde deveriam ser direitos dos cidadãos e não um dever. Infelizmente, o pensamento da maioria desses brasileiros não é esse, em que as crianças acabam indo para a escola sem vontade de estudar e muitas até desistem durante o curso, simplesmente porque não possuem uma perspectiva de ascensão ou são influenciadas pelos próprios professores que não são capazes de aprender, além de muitas vezes terem a preocupação de ter que trabalhar para ganhar um dinheiro extra para a família (já que, como dito, apenas o salário do PBS não é suficiente). Felizmente, esse problema não é uma regra que vale para todas as famílias, e que pode ser evitado caso o governo promova um aprimoramento no programa, como já foi posto anteriormente, mas que, entretanto, encontra empecilhos como a politicagem.

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  8. Os pontos positivos são realmente muito bons. É visível como o dinheiro que é distribuido volta para o governo pelos impostos, mas deixa comida na mesa dos brasileiros. Os avanços com o bolsa famiila são enormes, a começar pela diminuição da desnutrição infantil, que faz com que cidadãos cresçam saudáveis, e a extinção da fome, quando não se tem nada para comer, apesar de ainda existir fome na qualidade dos alimentos, como teor de proteina e nutrientes, e não só carboidratos e lipidios.

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