domingo, 27 de julho de 2014

Obesidade


         O estilo de vida da sociedade moderna tem gerado um padrão alimentar que, em conjunto com o sedentarismo, é desfavorável à saúde do povo. A Política Nacional de Alimentação e Nutricão, do Departamento de Atenção Básica, tem, entre seus objetivos, a promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis. Logo, o tratamento e a prevenção da obesidade apresentam-se como grandes desafios.
A obesidade apresenta as mais diversas causas, porém, no post de hoje será avaliada, principalmente, a relação da glicose, da insulina e do glucagon com essa doença. São também diversas as consequências advindas da obesidade. Entre elas, destaca-se o diabetes, o aumento de colesterol, e o aumento dos riscos de doenças cardiovasculares.
Insulina e glucagon são hormônios fundamentais para o metabolismo da glicose e são gerados por células especializadas do pâncreas, as Ilhotas Pancreáticas ou ilhotas de Langerhans. Esses dois hormônios possuem ação contrária no organismo. Logo depois de uma refeição rica em carboidratos, a glicose que vai para o sangue estimula o aumento da produção de insulina. Essa insulina então, estimula o armazenamento e a utilização da glicose principalmente pelos músculos, pelo tecido adiposo e pelo fígado.
Entre os principais papeis da insulina, destaca-se a inibição do uso de ácidos graxos e estimulação do depósito desses ácidos no tecido adiposo, o aumento da entrada de glicose nas células, e a inibição da gliconeogênese, já que a insulina reduz a atividade das enzimas hepáticas participantes da gliconeogênese. 

Numa situação de ausência ou baixa quantidade de carboidratos na dieta a secreção de insulina diminui. Essa redução ativa a lípase sensível a hormônios e provoca a mobilização acelerada dos ácidos graxos e sua metabolização, o que diminuiria o armazenamento de gordura.
           Porém, quando a quantidade de glicose que chega às células hepáticas supera a que pode ser armazenada como glicogênio, que é o que geralmente ocorre com pessoas obesas ou que estão “se encaminhando” para a obesidade, a insulina promove a transformação desse excesso de glicose em ácidos graxos. Tais ácidos são, então, armazenados como triglicerídeos nas lipoproteínas de densidade muito baixa, transportados até o tecido adiposo e lá depositados como gordura, contribuindo para a obesidade.
Já o glucagon é liberado quando a glicemia está baixa. Ele tem o efeito de  aumentar a concentração sanguínea de glicose por conta da decomposição do glicogênio (glicogenólise)e do aumento da gliconeogênese.  Faz isso através da ativação da enzima fosforilase, que fraciona as moléculas de glicogênio do fígado em moléculas de glicose, que vão para o sangue, aumentando a glicemia.
Decorre também da relação insulina\glicogênio a ocorrência da diabetes tipo 2 em obesos. Isso, pois quando há excesso de glicose no sangue, o pâncreas precisa produzir uma quantidade maior de insulina. Logo quanto maior a glicemia sanguínea, mais o pâncreas trabalha para produzir a insulina necessária.
              O corpo humano reage a esse aumento de insulina  com a redução do número dos receptores de hormônio. Isso pode desencadear  um quadro de resistência à insulina. Em certo momento,  o pâncreas não consegue mais aumentar a quantidade de insulina produzida,  a partir de então  pode ocorrer  uma lesão nas células β e o número de insulina decresce. Dessa forma,  o indivíduo apresentará  um quadro de baixa insulina e alta glicose sanguínea, surgindo assim a diabetes tipo 2.
A imagem abaixo representa como a Atenção Básica se organiza no sentido de tratar a obesidade e seus agravos.


quarta-feira, 16 de julho de 2014

Amamenta e Alimenta Brasil



De acordo com dados da II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal em 2008, o Brasil apresenta baixa prevalência de  aleitamento materno exclusivo entre as crianças menores de seis  meses de idade, baixa duração do aleitamento materno total, introdução precoce de alimentos e hábitos alimentares não saudáveis na idade de 6 a 12 meses.
Com o objetivo de mudar essa realidade, o Ministério da Saúde instituiu a Estratégia Nacional para Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável no Sistema Único de Saúde (SUS) -Estratégia Amamenta Alimenta Brasil (EAAB).
Essa estratégia pretende, principalmente, contribuir para a redução de práticas desestimuladoras da amamentação e alimentação complementar saudável nas UBS, como a propaganda desenfreada de produtos que possam vir a interferir na alimentação saudável de crianças menores de dois (2) anos; contribuir para a formação de hábitos alimentares saudáveis desde a infância; contribuir para o aumento da prevalência de crianças amamentadas de forma exclusiva até os seis meses de idade; contribuir para o aumento da prevalência de crianças amamentadas até os dois anos de idade ou mais; contribuir para a diminuição da prevalência de crianças que recebem alimentos precocemente; contribuir para o aumento da prevalência de crianças que consomem frutas, verduras e legumes diariamente; contribuir para a diminuição de crianças que recebem alimentos não saudáveis e não recomendados antes dos dois anos de idade; contribuir para a melhora no perfil nutricional das crianças, com a diminuição de deficiências nutricionais, de baixo peso e de excesso de peso. 

O feto recebe os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento via placenta, uma condição interrompida durante o parto. A partir daí, durante os primeiros meses de vida, a criança pode ser nutrida apenas pelo leite materno. A composição do leite está em acordo com  as necessidades metabólicas para o crescimento do recém-nascido.
 O leite, independentemente da espécie considerada, é um alimento natural quase completo do ponto de vista nutricional, por conter proteínas, lipídeos, carboidratos, sais minerais e vitaminas.  Porém,os conteúdos de Fe++ e Cu++  são relativamente baixos, talvez insuficientes para suprir as necessidades de crescimento da criança após alguns meses de idade, podendo levar a  anemia característica por falta deste elementos.
Por conta dessa riqueza nutricional, o leite materno traz diversos benefícios para o bebê. Por conter determinados elementos que o leite em pó não consegue incorporar,
tais como anticorpos e glóbulos brancos, ele protege o bebê contra certas doenças e infecções. Além disso, tem papel importante na prevenção de otites, vômitos, diarreia, alergias, pneumonias, bronquites, entre outros. 

As proteínas correspondem a 1,5% da composição do leite humano. As principais proteínas do leite são a caseína e a B-lactoglobulina, que não são encontradas em outros tecidos ou fluidos biológicos. Essas duas proteínas apresentam características importantes nutricionalmente, ao passo que fornecem, em quantidades suficientes, todos os aminoácidos necessários ao desenvolvimento do bebê, inclusive os essenciais.  É fundamental que uma dieta seja balanceada em termos de aminoácidos, já que eles não são armazenados na forma livre para futuros usos e todos precisam estar presentes para assegurar a síntese de proteínas. Várias outras proteínas são encontradas no leite materno, em pequenas quantidades, entre elas os anticorpos, albumina e diversas enzimas importantes.
O que poucos sabem é que amamentar também traz vários benefícios para a mãe: Amamentar faz queimar calorias e por isso ajuda a mulher a voltar, mais depressa, ao peso que tinha antes de engravidar,  protege do câncer de mama que surge antes da menopausa. Além disso, amamentação exclusiva protege da anemia (deficiência de ferro), pois as mulheres que amamentam demoram mais tempo para ter menstruações, por isso as suas reservas de ferro não diminuem com a hemorragia mensal.
O exposto evidencia a grande importância da amamentação, o que justifica e mostra a necessidade da existência do Programa Amamenta e Alimenta Brasil, que busca incentivar essa amamentação. 

Fontes:
http://www.leitematerno.org/porque.htm

http://rbi.fmrp.usp.br/nutricao/BIOQUIMICA_DO_LEITE.pdf
http://www.medlearn.com.br/ministerio_saude/atencao_basica/cadernos_atencao_basica_33_saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf 

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