As intervenções visando controlar a tuberculose no Brasil têm como meta diagnosticar no mínimo 90% dos casos esperados e curar pelo menos 85% dos diagnosticados. Além disso, é também meta ampliar as ações de controle para a totalidade dos municípios da nação. Tal ampliação ocorrerá através da atenção básica, na qual todos os setores governamentais devem agir de forma coordenada e planejada, no sentido de garantir a implantação de atitudes de controle da tuberculose.
A
tuberculose é uma enfermidade altamente contagiosa, provocada por um
microorganismo chamado Mycobacterium
tuberculosis ou bacilo de Koch(BK), o qual se propaga pelo ar, através de
gotículas contendo os bacilos, que são liberados quando um doente tosse,
espirra, ou fala em voz alta, por exemplo. Ao serem inaladas por pessoas saudáveis,
essas gotículas desencadeiam a infecção tuberculosa e o risco de desenvolver a
tuberculose.
Muitas das gotículas inaladas ficam no trato respiratório superior, constituído por nariz e garganta, onde a infecção provavelmente não vai se desenvolver. Porém, quando os bacilos alcançam os alvéolos, a infecção pode ocorrer. Inicialmente, os bacilos multiplicam-se nos alvéolos e alguns adentram na circulação sanguínea, espalhando-se por todo o organismo. Entre 2 e 10 semanas, o sistema imune interfere, impedindo que essa reprodução de bacilos continue e prevenindo uma disseminação posterior. Portanto, numa infecção tuberculosa sem doença, os bacilos estão no organismo, mas estão sendo controlados pelo sistema imune. Esse controle se dá através da ação de macrófagos, que fagocitam os bacilos e formam uma barreira chamada granuloma, que mantém os bacilos controlados. As pessoas infectadas, mas que não estão doentes, não transmitem o bacilo.
A disseminação da tuberculose está diretamente ligada às condições de vida da
população. Ela se prolifera, como todas as doenças infecciosas, em áreas de grande concentração humana, com precários serviços de infra-estrutura urbana, como
saneamento e habitação, nos quais há fome e miséria. Por isto, a sua
incidência é maior nas periferias das grandes cidades, podendo, porém, acometer
qualquer pessoa mesmo em áreas rurais.
A vacina BCG confere poder protetor às formas graves da primoinfecção pelo M. tuberculosis. No Brasil, a vacina BCG é prioritariamente indicada para as crianças de 0 a 4 anos de idade, sendo obrigatória para menores de um ano, como dispõe a Portaria n.º 452, de 6/12/76, do Ministério da Saúde.
A tuberculose apresenta como principais sintomas tosse seca contínua no início, depois com presença de secreção por
mais de quatro semanas, transformandose, na maioria das vezes, em uma
tosse com pus ou sangue, febre baixa geralmente à tarde, falta de apetite, emagrecimento acentuado, entre outros.
Diagnosticar um paciente com tuberculose
pulmonar bacilífera não é o suficiente se não for instituído o tratamento
quimioterápico adequado que garanta a sua cura. Para
isso, é essencial o fornecimento ininterrupto e gratuito das drogas e a supervisão
das tomadas, com prioridade absoluta para os “pulmonares positivos". O tratamento
dos bacilíferos é a atividade prioritária de controle da tuberculose, uma vez
que permite anular rapidamente as maiores fontes de infecção. Poucos dias após
o início da quimioterapia correta, os
bacilos da tuberculose praticamente perdem seu poder infectante. Assim, os
doentes “pulmonares positivos” não precisam nem devem ser segregados do
convívio familiar e da comunidade.
Fontes:
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/tuberculose
Brasil .
Ministério da Saúde. Secreta ria de Políticas de Saúde. Departamento de
Atenção Básica . Manual técnico para o controle da tuberculose: cadernos de
atenção básica / Ministério da Saúde, Secretaria
de Políticas de Saúde Departamento de Atenção Básica . – 6. ed. rev . e atual.
– Brasília: Ministério
da Saúde, 2002 .
Outro detalhe a se analisar quando se fala em tuberculose é a certa preariedade na detecção dos casos e no barramento de novos sobretudo nas regiões cujas Unidades de Atenção Básica não são influentes. Existe um termo conhecido como oportunidade perdida, e aborda casos em que a equipe de saúde não identifica casos ou suspeitas de tuberculose decorrente da falta de investigação, de anamnese adequada, de um trabalho mais minucioso dos agentes comunitários de saúde. Tais fatores ainda permitem que mais casos de tuberculose ocorram, o que gera cada vez mais problemas para a saúde pública brasileira. Outro problema é a falta de compromisso de doentes com o tratamento, que não deve ser abandonado nenhuma vez. O mal uso dos medicamentos podem causar seleção direcionada das cepas mais resistentes de bactérias e gerar grupos mais fortes que não sofrerão com a administração dos mesmos antibióticos, necessitando de medicamentos mais fortes, o que é um desafio para a indústria farmacêutica.
ResponderExcluirVale lembrar que para se adquirir tuberculose não basta apenas ter contato com o bacilo. A tuberculose se instala geralmente em pessoas com o sistema imunológico deficiente e que não tenham tomado a vacina BCG, sendo esta administrada em recém nascidos ou em pessoas que convivam com familiares que tenham tuberculose.
ResponderExcluirOutra curiosidade é que por ser associada às questões de saneamento precárias e condições de pobreza, como exposto na postagem, a tuberculose geralmente pode acometer os indivíduos juntamente com outras doenças também relacionadas à essas condições sociais, como a Hanseníase.
Interessante entender que o bacilo de Koch é capaz de se reproduzir tanto dentro como fora das células de defesa (no caso, os macrófagos). Quando está fora, não só se multiplica muito rápido como adquire resistência também muito depressa. Para impedir seu crescimento e divisão fora da célula se fazem necessárias as três drogas e o tempo mais prolongado de tratamento. Dentro da célula de defesa, ele cresce mais lentamente e a indicação é usar uma droga que penetra na célula a fim de bloquear o crescimento da bactéria em seu interior. Por isso, os remédios devem ser tomados por seis meses no total. O grande problema é que muitas pessoas não têm conhecimento disso, não recebem acompanhamento médico adequado e acabam não realizando o tratamento corretamente, o que provoca o retorno de uma forma mais grave da doença, com bactérias mais resistentes. Além disso, portadores do vírus HIV e de doenças como diabetes desenvolvem formas mais graves da doença.
ResponderExcluirJá que é uma forma de prevenir a tuberculose, é interessante sabermos um pouco mais sobre a vacina BCG, citada na postagem. Ela é obtida através da bactéria Mycobacterium bovis, em estado atenuado, e tem como momento de aplicação indicado a partir do nascimento. Desde que não tenha sido administrada na unidade neonatal, a vacina deve ser feita ao completar o primeiro mês de vida ou no primeiro comparecimento à unidade de saúde. Não é recomendada a vacinação de indivíduos adultos, ainda que a BCG seja utilizada para determinados tratamentos que não a vacinação na idade avançada.
ResponderExcluirÉ importante ressaltar também que há muito a tuberculose está associada às populações com piores condições socioeconômicas(recentemente teve sua situação agravada pela epidemia da AIDS e a coinfecção tem levado a situações desesperadoras em algumas regiões do planeta, em especial na África) e, como tal, sua prevenção também deve estar intimamente relacionada a esse aspecto.Este quadro diferenciado é reflexo das iniquidades - desigualdades sociais e econômicas injustas e evitáveis - que ultimamente com mais ênfase os especialistas vêm apontando como a mais grave doença da sociedade.
ResponderExcluirÉ importante ressaltar o papel das universidades no combate à tuberculose. No Brasil, atualmente, ainda é pequeno o diálogo entre estas e os serviços de saúde pública em relação a esse tema. No passado, este diálogo parece que já foi bem maior. Caberia à universidade colaborar com orientação metodológica e apontar novos caminhos para enfrentar o problema, novas técnicas diagnósticas (mais rápidas), ampliar estudos epidemiológicos utilizando biologia molecular para melhor entender a dinâmica da doença na comunidade.
ResponderExcluirÉ importante a atuação da atenção básica no tratamento e controle da tuberculose. Algumas oportunidades perdidas nos postos de saúde da familia nos bairros poderiam ser melhoradas para esse fim. A investigação de casos de tuberculose e a busca ativa desses casos é importante para evitar que casos isolados em comunidades possam infectar muitas pessoas. É um grande caminho a ser seguido.
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