vitamina A |
Como dito no post anterior, a
carência de vitamina A ainda é um dos problemas nutricionais mais resistentes
em alguns países, mesmo que esta deficiência tenha sintomas de fácil
identificação e que o tratamento seja conhecido e, relativamente, simples. É importante, portanto, conhecer e utilizar
os indicadores clínicos e bioquímicos relacionados à carência de vitamina A,
para promover estratégias corretas de controle e prevenção dessa deficiência.
Os níveis adequados de vitamina A
no organismo são imprescindíveis, já que essa vitamina possui papel fisiológico
muito diversificado, agindo, por exemplo, no funcionamento correto do processo
visual, na integridade do sistema epitelial e no sistema imunológico.
A ação da vitamina A na visão ocorre
em função de sua combinação com a opsina
nos bastonetes da retina. A opsina é uma proteína que produz a rodopsina – pigmento visual dos
bastonetes que participa do processo visual em condições de pouca luminosidade.
Quando há carência de vitamina A, ocorre retardo no tempo de adaptação à
obscuridade. Ou seja, torna-se mais difícil a adaptação a um ambiente com pouca
luminosidade. Esse efeito provocado pela carência de vitamina A é um de seus
indicadores clínicos e é conhecido como cegueira noturna.
Além disso, a vitamina A
possui ação junto às células produtoras de queratina
– proteína que protege o corpo da desidratação - em diversos tecidos
epiteliais. Assim, a deficiência dessa vitamina pode gerar ressecamento
epitelial, condição conhecida como xerose, tipicamente encontrada na conjuntiva
e na córnea. A vitamina A atua, ainda, nos processos de manutenção da imunocompetência.
Logo, sua ausência prejudica as funções imunológicas do organismo.
Entre
as fonte de vitamina A estão o leite materno, folhas de cor verde-escura (como o caruru), os frutos amarelo-alaranjados
(como a manga e o mamão), ovos, fígado, as raízes de cor alaranjada (como a cenoura)
e os óleos vegetais (óleo de dendê, pequi e pupunha). Porém, alguns fatores
como má absorção de gordura e os parasitas intestinais, tais quais o Ascaris lumbricoides e a Giardia lamblia, podem dificultar a absorção
de vitamina A, mesmo que suas fontes sejam ingeridas.
![]() | |||||||
Fontes de vitamina A |
Para prevenir e controlar a
deficiência de vitamina A, desde 1983, o Ministério da Saúde distribui cápsulas
de vitamina A para crianças de 6 a 59 meses de idade, com dosagens variadas, nos
Estados da Região Nordeste e no Estado de Minas Gerais. Tal distribuição vem
sendo feita associada às campanhas de vacinação, na rotina das unidades básicas
ou ainda por visitas domiciliares feitas pelos Agentes Comunitários de Saúde. Em
2001, o programa foi ampliado para atendimento às puérperas, com o objetivo de
garantir a adequação das reservas corporais maternas, pois, dessa forma, o
leite materno garantirá suprimento suficiente da vitamina A entre as crianças
que estão sendo amamentadas.
Em 2004, o programa foi,
novamente, reestruturado, com o objetivo de promover maior divulgação e mobilização dos
profissionais de saúde e população, através da criação da marca publicitária:
VITAMINA A MAIS.
Em geral, as principais formas
de ação em relação aos programas de nutrição e saúde pública são a
suplementação de megadoses de vitamina A, enriquecimento de alimentos com vitamina A e o
estímulo à produção e ao consumo de alimentos fontes de vitamina A. Todas essas
são ações desempenhadas pelo Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A,
desenvolvido pelos agentes da Atenção Básica.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rodopsina
http://pt.wikipedia.org/wiki/Queratina
Brasil. Ministério da Saúde.
Unicef. Cadernos de Atenção Básica: Carências de
Micronutrientes / Ministério da
Saúde, Unicef; Bethsáida de Abreu Soares Schmitz. -
Brasília: Ministério da Saúde,
2007